O que é obra por administração a preço de custo?
- a3construtora
- 8 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.

Ao iniciar um projeto de construção, uma das grandes decisões estratégicas envolve a escolha do modelo de gestão da obra. Entre as diversas opções existentes, a obra por administração a preço de custo se destaca como uma alternativa para quem busca maior controle financeiro e transparência no processo.
Este modelo oferece a possibilidade de acompanhar de perto o uso dos recursos, otimizando o investimento e minimizando margens adicionais que, em contratos tradicionais, elevam o valor final da construção. Mas, como todo formato, também apresenta seus desafios e exige um perfil específico de investidor.
Entendendo o modelo de administração a preço de custo
Na obra por administração a preço de custo, o contratante assume o pagamento dos custos reais da obra, enquanto a construtora ou administradora é remunerada por uma taxa de administração, acordada previamente no contrato.
Isso significa que o cliente paga diretamente todos os fornecedores, prestadores de serviço e encargos trabalhistas, sem que haja um valor fechado ou uma margem embutida pela construtora.
A função da construtora, neste modelo, é atuar como gestora técnica e administrativa do projeto, sendo responsável por, a título de exemplo, mas não se limitando a:
Planejamento físico-financeiro da obra;
Contratação e supervisão de empreiteiros;
Compra de materiais;
Gerenciamento de cronograma e qualidade.
O foco é garantir que a execução aconteça conforme o orçamento previsto, sem desvios significativos de prazo e custo.
Vantagens da obra por administração a preço de custo
1. Transparência financeira
O investidor acompanha detalhadamente os gastos realizados, tendo acesso a todas as notas fiscais, contratos e comprovantes de pagamento. Essa visibilidade reduz significativamente o risco de sobrepreço ou superfaturamento.
2. Potencial de economia
Ao eliminar margens de risco que as construtoras adicionam em contratos de preço fechado, o modelo permite uma redução real nos custos finais da obra — desde que o projeto seja bem gerido.
3. Flexibilidade para ajustes
O modelo possibilita que o investidor aprove decisões durante a execução da obra, como alterações de materiais, acabamentos ou adequações de projeto, sem a necessidade de renegociação contratual.
4. Participação ativa
Para quem deseja acompanhar de perto o andamento do projeto, o modelo proporciona uma relação direta com a execução, aumentando o grau de controle e conhecimento sobre o processo.
Riscos e desafios do modelo
Apesar das vantagens, a obra por administração a preço de custo também envolve riscos:
Risco de estouro de orçamento: se o gerenciamento não for rigoroso, os custos podem ultrapassar o inicialmente previsto.
Exige acompanhamento contínuo: o investidor precisa estar preparado para participar de reuniões frequentes, analisar relatórios e aprovar decisões importantes.
Dependência da qualidade da gestão: a escolha da construtora é decisiva. Sem uma empresa experiente e confiável, o risco de problemas financeiros e técnicos aumenta consideravelmente.
Quando a obra por administração é indicada?
O modelo é mais indicado para:
Investidores que possuem conhecimento técnico ou suporte profissional para acompanhar a obra;
Projetos de médio a grande porte, onde o valor potencial de economia justifica o esforço adicional de gestão;
Empreendimentos com complexidade controlada, onde o risco de mudanças de projeto é baixo.
Evolução do modelo: a SCP como solução moderna
Diante dos desafios operacionais que a obra por administração impõe, surgiu uma alternativa mais estruturada e segura: a Sociedade em Conta de Participação (SCP).
A SCP preserva os benefícios da transparência e do controle de custos, mas transfere a responsabilidade da gestão para uma construtora profissional, como a A3 Construtora. O investidor realiza um aporte em cotas e participa como sócio do futuro empreendimento, acompanhando sua evolução por meio de relatórios periódicos.
Como a SCP aprimora o modelo de preço de custo
Governança formal: a SCP estabelece regras claras para prestação de contas, auditoria e governança financeira.
Responsabilização jurídica: a construtora, como sócia ostensiva, responde pela execução e administração do projeto perante todos os cotistas, e à terceiros.
Redução do risco operacional: o investidor se beneficia da expertise técnica da construtora, sem precisar se envolver diretamente na rotina da obra.
Foco no resultado patrimonial: ao invés de apenas economizar na construção, o objetivo passa a ser a valorização global do empreendimento.
Exemplo prático de comparação
Imagine dois investidores com o mesmo objetivo: construir um edifício de médio porte.
O primeiro opta por uma obra a preço de custo tradicional. Ele precisa acompanhar reuniões semanais, revisar contratos com fornecedores, analisar cada desvio de orçamento e, eventualmente, resolver conflitos com empreiteiros.
O segundo opta por participar de uma SCP estruturada. Ele realiza um aporte, acompanha relatórios financeiros e de obra trimestrais, e aguarda a entrega do empreendimento para a divisão dos resultados.
Ambos têm transparência, mas o segundo consegue manter foco em seu patrimônio sem precisar gerir o dia a dia da construção.
A obra por administração a preço de custo representa um avanço em transparência e controle para investidores do mercado imobiliário. No entanto, suas exigências operacionais tornam o modelo mais adequado a perfis que desejam — e podem — se envolver diretamente com o canteiro de obras.
Já a Sociedade em Conta de Participação apresenta uma evolução natural: preserva a transparência e potencializa o ganho de escala e a segurança jurídica, oferecendo ao investidor a possibilidade de construir patrimônio de forma estruturada, estratégica e eficiente.
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